Após escrever em sua coluna semanal para a Folha de S.Paulo sobre a prosperidade chinesa e a disputa entre Microsoft e Google, como se estivesse cego e avesso ao noticiário “denuncista”, José Sarney, usou seu espaço em um dos maiores jornais do país para falar sobre política e tentar se defender das acusações que vem enfrentando desde que assumiu a presidência do Senado no início do ano.
Em sua última coluna, publicada na sexta-feira (31), Sarney, defendeu os direitos individuais, ao teorizar e redimir uma política diferente da praticada nos bastidores do poder. Ao contextualizar dois ditadores do século XX, Hitler, que abominava a política, e Lênin, que aplicou as leis da guerra ao poder, Sarney, defendendo seus direitos, rebateu a ideia de como a política é feita ultimamente, com “o adversário sendo morto pela tortura moral”, feita pelos meios de comunicação.
De fato, Adolf Hitler, com todo seu autoritarismo, tinha horror à política. O poder do ditador nazista não foi conquistado de forma democrática, mas conveniente à situação pela qual passava a Alemanha. O clã Sarney também não foge disso ao fazer uso da política ludibriante para manter seu autoritarismo.
Na contramão, o povo maranhense elegeu como governador no último pleito Jackson Lago, mas que foi cassado pela justiça, dando brecha para que Roseana Sarney (re)assumisse o governo do Maranhão. Ao contrário de seu pai, que só conseguiu ser eleito senador pelo estado vizinho do Amapá. Pura política. Democrática ou autoritária?
José Sarney, mesmo negando, apoiando-se em Lênin, como escreve em sua coluna, “não vê a política como um instrumento democrático para a conquista do poder, mas como uma disputa cuja finalidade não era o jogo das ideias, e sim, como na guerra, uma luta entre inimigos não para vencer o adversário, mas exterminá-lo”. E Jackson Lago nada mais fez que perder essa guerra.
Sarney, ao tentar colocar a mídia como uma inimiga que luta a todo custo para derrotar o adversário, não fala asneira. Como quarto poder, embora muitos digam que não, a imprensa tem essa facilidade em destruir quem pisa em seu calo como se esmaga uma barata, mas não é nada diferente do que faz esse dinassauro.
Ao comparar a velocidade avassaladora da internet, com seu #forasarney, com a Justiça, que anda a passos de tartaruga, Sarney concorda que é difícil manter a privacidade e os direitos individuais, mas não comenta nada sobre os direitos dos cidadãos de se livrar de certos inconvenientes, como a corrupção e a falta de moral na política brasileira, como nós podíamos (sim, no pretérito) ouvir muito bem nos áudios vazados pela Polícia Federal ao jornal O Estado de S.Paulo sobre o tráfico de influências dentro da família Sarney, que nada mais é que uma farra com o dinheiro público.
Aliás, o caso Estadão vai aquém do que Sarney disse sobre a lentidão da Justiça. O jornal O Estado de S.Paulo vem sofrendo censura por parte da família Sarney, que mantém relação próxima com um dos desembargadores que vetou a publicação de trechos de áudios feitos pela PF e que incriminavam Fernando Sarney.
José Sarney conclui sua coluna dizendo que “acabou a privacidade e os direitos individuais estão condenados a serem dinossauros de letras nas Constituições”. E nós, condenados a nos mantermos com esse dinossauro… Até quando? (clique e leia Veja garantindo que Sarney está prestes a renunciar ao cargo)
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