Hoje é sexta-feira treze, mas não é necessário estar próximo ao Jason para viver um pesadelo.
Nesta semana, foram noticiados casos assustadores de agressão que não saíram de nenhum filme de terror nem de uma cabeça atormentada por um sonho ruim.
Em Leme, no interior de São Paulo, um estudante foi amarrado a um poste e obrigado a ingerir cachaça em um quantidade responsável por deixá-lo em coma. Antes disso, o calouro do curso de veterinária, com seus cabelos devidamente raspados, ainda teve de passar por uma lona que continha restos de animais, fezes e esterco, e ainda foi chicoteado.
Ainda no interior do estado, em Santa Fé do Sul, uma caloura de 18 anos e grávida de três meses foi queimada em outro trote. Uma aluna veterena de pedagogia simplesmente jogou tiner e creolina na novata, deixando-a com queimaduras de segundo grau nas costas, pernas e braços. O bebê passa bem.
Já na Europa, uma advogada brasileira, noiva de um suíço e grávida de gêmeos, foi atacada por skinheads em uma cidade nas proximidades de Zurique. Quando foi abordada em uma estação de trem ela falava ao celular em português, aumentando a suspeita de que o grupo que a atacou seja composto por neonazistas.
Ela foi arrastada até uma área arborizada e agredida por 10 minutos. Em seu corpo, foram deixadas marcas de gilete, que formam a sigla SVP, do Partido do Povo Suíço, anti-imigrante. A brasileira, que vive legalmente no país, ainda disse que foi desacreditada pela polícia. Os suíços ainda investigam o caso. Paula Oliveira perdeu os filhos que gerava.
Mas o que realmente está sendo gerado? Esses casos mostram que é evidente o desrespeito. Mas o que o motiva? É correto futuros veterinários agirem dessa forma com um ser humano? Imagine o que farão com indefesos animais… É correto uma futura pedagoga queimar uma pessoa? Você deixaria seu filho sob seus cuidados? Você se deixaria aos cuidados dela? As respostas são óbvias, mas não parece.
O famoso trote tem origem nos tempos medievais. Estamos nesta sexta-feira treze do ano de 2009, no século XXI, e esse desrespeito encarado como “mudança de fase” ainda persiste. E de que fase quem passa no vestibular sai? Da imaturidade? E vai para onde? Pra boçalidade? Não deveria ser assim.
Afinal, em que tempos vivemos mesmo? Outro boçal, dessa vez um bispo, tentou mensurar o Holocausto, dizendo que o número de judeus mortos pelos nazistas seria bem menor do que se diz, como se isso aliviasse o peso da brutalidade. E nesta sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009, refletimos sobre um recente caso de discriminação e ainda vemos uma suástica tremulante.
Nesta mesma semana, discutiu-se as idéias evolucionistas de Darwin, devido às comemorações do que seriam seus dois séculos de vida. Mas, respondendo à todas as perguntas feitas aqui, faço outra indagação indignada: que evolução?
A cada dia, vemos a brutalidade tomando proporções arrebatadoras, e a humanidade se definhando. Não aprendemos com os erros, não evoluímos.
Quem passa no vestibular e é ultrajado, tem a cabeça raspada, quem é extremista e ultraja a diferença, também tem a cabeça raspada. E o resto, incluindo calouros e skinheads, tem a cabeça cortada.
2 comentários:
Este caso do calouro de medicina veterinária me envergonha, porém não podemos generalizar... nem todos fazem isso
a evolução se dá só a algumas pessoas e como tudo na terra tem seus opostos ela caminha junto com a involução de outros...
Não podemos generalizar em nenhum dos casos... Mas a advertência está feita!
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