quinta-feira, 18 de junho de 2009

A Queda: e daí?

A queda da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista no Brasil, aprovada ontem pelo Supremo Tribunal Federal, nada mais fez que oficializar um hábito já existente no país.

Redações já contavam com profissionais sem habilitação na carreira no seu quadro de funcionários há anos. A decisão do STF, ironicamente, só regularizou essa situação. Ironicamente, porque o que mais falta para o jornalismo é exatamente regulamentação.

A revogação – bem-vinda -, no fim de abril, da Lei de Imprensa, resquício da ditadura militar, e a inexistência de um Conselho Federal de Jornalismo são exemplos dessa falta de controle. Para qualquer profissão, a regulação é necessária. Longe de ser encarado como instrumento de censura, um Conselho seria bem acolhido para a prestação de contas e para a exigência de ética no mercado de trabalho.

O fim da exigência do diploma também acarretaria problemas para a regularização, mas o próprio controle dentro dos órgãos de imprensa, que procuram, na maioria das vezes, profissionais bem preparados para lidar com a profissão, pode suavizar esse problema.

O talento reconhecido continuará servindo de parâmetro para a contratação de profissionais, como sempre foi. A carreira jornalística necessita de aprofundamento intelectual para ser exercida. Embora a falta de necessidade do diploma possa passar uma impressão de que “qualquer um pode ser jornalista”, na realidade, é bem o contrário.

Cada vez mais, haverá a necessidade de jornalistas bem instruídos e capacitados para o exercício da profissão. Nem sempre o conhecimento é adquirido na sala de aula de uma instituição de ensino superior, mas os cursos de Comunicação ainda terão sua importância.

Na prática, o mercado de trabalho, mesmo com os maiores órgãos de imprensa apoiando a sua queda, exigirá o diploma. Não somente aquele canudo atestando sua frequência em um curso de ensino superior, mas o diploma de cérebros desenvolvidos e aptos há trabalharem em uma área cada dia mais escassa e competitiva.

Um comentário:

Unknown disse...

Não muda nada.
A formação agora é mais importante para a fazer a diferença do profissional no mercado. Aliás, o mercado fará a seleção natural dos melhores.
Tenha luz própria e cresça com a formação. Tenha o seu diploma e se especialize cada vez mais.