sexta-feira, 17 de abril de 2009

Mundo 2.0

A rede mundial de computadores vem firmando cada vez mais o conceito de “Aldeia Global” nas relações humanas. A popularização de sites de relacionamento e o aperfeiçoamento dos serviços de correio eletrônico e blogs encurtam as distâncias desse Mundo 2.0, e revoluciona a comunicação humana.

Em 4,56 bilhões de anos, o infindável tamanho do Planeta Terra, reduziu-se. O uso da comunicação via pombo-correio e a evolução dos meios de transportes podem ter sido responsáveis por essa diminuição, mas o advento da Internet gera uma revolução.

As distâncias transformaram-se em algo sem importância. Por incrível que possa parecer, não é mais relevante a distância de deslocamento ou a quantidade de números e códigos que precisamos saber para estabelecer contato. Ainda somos reféns dos transportes e do telefone, mas no dia a dia, a cada novo serviço que surge, deixamos de notá-los, e só passamos a perceber a existência deles quando o novo canal usado para a comunicação falha, e muitas vezes em decorrência de problemas causados pelos antigos meios. Speedy não me deixa mentir.

A recente explosão do microblog twitter, é mais um exemplo dessa comunicação facilitada. A forma simples de se comunicar via 140 toques do teclado do computador respondendo à pergunta “O que você está fazendo?”, não representa apenas um poder de síntese de nossos pensamentos, mas a nossa necessidade de nos comunicarmos em um mundo cada vez mais ágil.

A recente conquista de 1 milhão de followers para o ator-marido de Demi Moore, Ashton Kutcher, em disputa com o perfil de notícias da rede CNN - apesar de também se enquadrar na receita de obtenção de público a partir dos chamados scripts, que sugam a atenção de muitos perfis ao mesmo tempo – é também a representação do poder de conquista das grandes massas. O twitter, então, conseguiu cumprir sua promessa de responder àquela pergunta para o maior número de pessoas possíveis ao mesmo tempo. Mesmo que os textos não tenham exatamente a intenção de respondê-la, e que os leitores não “existam” realmente.

Há então a revolução na maneira de transmitir pensamentos, ideias, fatos, ou simples abobrinhas.

De sua casa, na Escócia, a desempregada Susan Boyle, de 47 anos, pipocou nos computadores ao redor do mundo. Sua participação no Britains Got Talent, um show de calouros da Inglaterra, surpreendeu os jurados, a plateia e a multidão que acompanhou seu espetáculo ao cantar “I Dreamed a Dream” da peça “Os Miseráveis”, pelo site de vídeos YouTube. Mais um exemplo de propagação em massa, que possibilitou à fera, tornar-se bela.

No Brasil, o recém-lançado álbum de Caetano Veloso, “Zii e Zie”, é mais um exemplo da intromissão da Internet na produção de cultura. O cantor utilizou o site “Obra em Progresso” para testar suas músicas, e agradar – um pouco – o público. Ou seja, mesmo que não tenha sido de forma radical, o público pôde participar, interagir, e ser operário na construção dessa obra.

No caso da corrida pelo milhão entre Ashton Kutcher e CNN, essa interação não foi tão pertinente. A participação do público foi de apenas dar follow, ajudar as vítimas da Malária e aumentar a fama do marido de Demi Moore. A interatividade que ainda é permitida aos usuários do twitter, como a exemplo do programa de televisão “Roda Viva” no Brasil, que mantém uma comunicação com seus telespectadores, não foi utilizada. O público agiu pouco e foi meramente manipulado. Foi um receptor passivo nesse esquema de comunicação.

Comunicação, que neste “admirável mundo novo”, se faz cada vez mais presente. Bem-vindo ao Mundo 2.0.

Um comentário:

Rodolof disse...

Não acredito na teoria de que o mundo tenha 4,56 bilhões de anos. Mas o texto ficou bom, vc conseguiu expressar o que queria.