A Polícia Federal volta a atacar. Ontem, durante a Operação "Castelo de Areia", prendeu quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa sob a suspeita de remessa irregular de dólares, lavagem de dinheiro, superfaturamento de obras públicas e doações ilegais a partidos políticos. O grupo é parceiro do governo federal em algumas das principais obras do PAC e faz parte de consórcios para a expansão do metrô de São Paulo e do Rodoanel.
A Camargo Corrêa é a segunda no ranking de rendimento entre as empreiteiras brasileiras, perdendo para a Odebrecht. Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, vêm em seguida.
Entre as acusações, a de doações ilegais a partidos, envolve o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Nas gravações obtidas pela PF, Skaf, seria o intermediário entre a construtora e os partidos PSDB, DEM, PPS, PSB, PDT e PP.
Os partidos negam caixa-dois. As doações teriam sido legais. A Camargo Corrêa também negou todas as acusações e disse não ter tido acesso ao conteúdo do processo.
Hoje, dando continuidade à outra Operação, a "Narciso", deflagrada em 2005, a Polícia Federal prendeu novamente a dona da butique de luxo Daslu. Eliana Tranchesi está detida no Presídio Feminino do Carandiru. Além dela, seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, e o ex-diretor financeiro da Daslu, Celso de Lima, também foram presos.
As acusações são de formação de quadrilha, descaminho consumado, descaminho tentado e falsidade ideológica.
Segundo a sentença, todos eles foram condenados a 94,5 anos de prisão. Apesar da condenação, no Brasil, ninguém pode permanecer preso por mais de 30 anos.
À sentença em primeira instância cabe recurso. A defesa de Eliana Tranchesi alega que ela não pode ser presa porque passa por quimioterapia.
"É que Narciso acha feio o que não é espelho...".
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