Duas nações brigando pela guarda de uma jovem criança. É, aparentemente, esta a visão que se pode ter do caso Sean Goldman.
A disputa pela custódia do menino, filho de pai americano e mãe brasileira, vem ultrapassando as fronteiras entre Brasil e EUA. O caso, que se desenrola desde 2004, após Bruna Bianchi Ribeiro ter trazido seu filho com David Goldman para o Brasil foi agravado com a morte da brasileira, que não resistiu ao parto de sua filha com João Paulo Lins e Silva em agosto passado.
Agora, a briga é entre os laços sanguíneos do pai com os da irmã, de 7 meses, amparada pelo colo da família de Bruna.
O pai, David Goldman, alega não ter conseguido ver o filho na maioria das vezes em que esteve no Brasil para resolver o caso. Já a família brasileira garante que em nenhuma vez houve a procura por Sean. Esse duelo de informações faz o caso ser muito mais complicado do que aparenta.
Enquanto nos EUA uma campanha acontece, com petição com mais de 42.000 assinaturas apoiando a volta de Sean ao país em que viveu até os 4 anos de idade, no Brasil, o caso era levado como segredo de Justiça, a pedido da família de Bruna Bianchi.
A imprensa brasileira noticiava o caso sem espetacularização e escondia os verdadeiros nomes dos envolvidos na disputa até a revista piauí de novembro de 2008 liberar as informações, antes proibidas. Hoje, mereceu uma explicação do Ombudsman da Folha de S.Paulo sobre a falta de informações sobre o caso no jornal, e uma grande reportagem no Fantástico da Rede Globo, feita em Nova Jersey e no Rio de Janeiro, mostrando bem os dois lados da história – a família brasileira resolveu apelar para a mídia também. Sean ainda está na capa da revista Época desta semana.
Um dos fatores para a recente explosão do caso na mídia brasileira, foi a reportagem “Batalha judicial em torno de uma criança tensiona relações entre 2 países”, do New York Times de 25 de fevereiro, que gerou maior audiência para o caso nos EUA, levando David Goldman ao Larry King Live da CNN na semana passada. Além das conversas entre o Chanceler Celso Amorin e a Secretária de Estado, Hillary Clinton, mostrando que o caso tornou-se problema diplomático – ou chateação, como informa a paiuí de março, que retoma o assunto.
Os holofotes agora dificilmente se apagarão e estarão iluminando, além do garoto Sean, a Justiça Federal Brasileira, e na semana que vem estarão voltados também à Washington, onde os presidentes Lula e Obama se encontarão e onde o tema não será deixado de lado.
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