No escândalo corporativo dos cartões de débito público, surge agora a falta de transparência nos governos estaduais.
O governo de São Paulo gastou no ano passado R$ 108 milhões - o governo federal somou R$ 76 milhões.
Mas ao contrário do plano federal, os gastos estaduais não são disponibilizados à população, somente os membros legislativos têm o acesso.
De acordo com documentos, há compras em lojas de artigos de cozinha, brinquedos, presentes, material de construção e até bilhar. Segundo o governo do estado, os gastos se referem ao refeitório do Palácio dos Bandeirantes, a material didático para escolas e a consertos em prédios públicos. Sobre o bilhar, o governo estadual desconhece o gasto.
O PT, sobre a criação de uma CPI, não hesita mais mesmo: quer uma CPI para investigar esses gastos também.
Na sala da reitoria da Universidade de Brasília, também indícios de abuso: o Ministério Público vai investigar gastos de R$ 500 mil na decoração do apartamento onde mora o reitor da Universidade de Brasília. O próprio reitor autorizou a despesa, que foi paga por uma ONG que financia pesquisas científicas.
Um abridor de latas de R$ 199, um saca-rolha de R$ 859 e três lixeiras de R$ 800, R$ 900 e quase R$ 1 mil: tudo na lista de compras que a Universidade de Brasília apresentou à Finatec, Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, e faz parte da luxuosa decoração da cobertura destinada ao reitor Timoty Mulholland.
Tapetes, persianas e colchões de R$ 37 mil. Só de armários, R$ 57 mil. A própria UnB especificou as mercadorias e indicou as lojas. Utensílios, decoração e mobília saíram por R$ 470 mil no total.
Mas o problema da investigação é a EVENTUALIDADE, que permite o uso dos cartões. Exemplo: é eventual a compra de uma caixa de bombons Kopenhagen no valor de R$ 41,00 feita por uma Oficial da Marinha em reciprocidade e homenagem à esposa de uma autoridade estrangeira.
A interpretação vai do bom senso... O difícil é encontrar algum senador ou deputado que apure esses dados com sensatez.
Outro exemplo: pode-se considerar correto o uso dos cartões corporativos para comprar uma lixeira de luxo, sim. Desde que nela evetualmete sejam jogadas e escondidas provas de muita sujeira...
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