
Em referendo, no dia 2, população venezuelana vai às urnas votar SIM ou NÃO por reformas na Carta da Venezuela.
Hugo Chávez garantiu que se não for feita sua vontade, e o NÃO vencer, expulsará jornalistas, fechará emissoras de televisão e interromperá a exportação de petróleo para os EUA - o que movimenta a economia do país.
“O trabalho produz coisas fabulosas para os ricos, mas produz a miséria para os pobres”. Nesse pensamento, Marx não citava apenas a falta de dinheiro do pobre, mas questionava também a miséria intelectual. O comunismo pretende pôr fim às desigualdades, porém os métodos para empregá-lo não são adequados e o socialismo torna-se hipócrita.
Na fábula de La Fontaine, a formiga que trabalhava no verão para abastecer-se no inverno, enquanto a cigarra cantava por diversão, tem a consciência do seu trabalho. Com os seres humanos acontece o mesmo: o trabalho tem a função de dignificá-los. Mas o capitalismo e a falta de boa gestão dificultam a inserção do homem no mundo globalizado. O paternalismo que o presidente Hugo Chávez pretende implantar na Venezuela tenta facilitar, mas não é o melhor caminho.
Medidas autoritárias, mas com apoio democrático, como as que podem tomar o país andino, a história já mostrou o quanto não terminaram bem. Hitler e Mussolini, ditadores nazifascistas, se ergueram com o apoio popular, embora se questione a consciência da população em suas decisões. Alemães e italianos encontravam-se em crise e queria se reestruturar apoiando movimentos de extremo nacionalismo. No caso da Venezuela, país que avança economicamente devido ao petróleo, observa-se que os próprios revolucionários são contrários às ações chavistas e, por isso, preferem se abster, a contrariar seu mandatário. Um erro que deve ser corrigido antes da aprovação da nova Constituição venezuelana em referendo.
O autoritarismo caudilhista de Chávez pode representar um retrocesso. O tolhimento da liberdade põe fim aos direitos individuais e faz com que o povo mantenha-se alienado, pensando conforme um único ideário. O cenário de dominação fica mais evidente. Stálin, com seu socialismo soviético matou milhões, mas quando a divisão bipolar de mundo acabou, a opção pelo mercado capitalista foi quase unânime. O teórico Marx ainda disse que o socialismo é algo inevitável, e que racionalmente o ser humano deverá acordar para que as ações contra o Planeta a favor do dinheiro não o destruam. Todavia, o homem ainda não despertou. O que ditaduras comunistas tentam fazer é antecipar isto, mas a história provou que não conseguem.
Graciliano Ramos, comunista, em sua obra “Vidas Secas” deixa claro que a única saída para a miséria é a cultura. Reformas são necessárias, não nas formas de governo e na expropriação de bens, mas nas bases. Uma melhor educação para se obter sucesso, saúde pública de excelência para garantir a vida, segurança e respeito. “Ser socialista” deveria ser definido como “ser respeitoso” com o semelhante. O que deve ser pregado, não forçado – porque não há desrespeito maior que a força.
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