sábado, 1 de dezembro de 2007

Chávez e suas leis


Em referendo, no dia 2, população venezuelana vai às urnas votar SIM ou NÃO por reformas na Carta da Venezuela.
Hugo Chávez garantiu que se não for feita sua vontade, e o NÃO vencer, expulsará jornalistas, fechará emissoras de televisão e interromperá a exportação de petróleo para os EUA - o que movimenta a economia do país.

“O trabalho produz coisas fabulosas para os ricos, mas produz a miséria para os pobres”. Nesse pensamento, Marx não citava apenas a falta de dinheiro do pobre, mas questionava também a miséria intelectual. O comunismo pretende pôr fim às desigualdades, porém os métodos para empregá-lo não são adequados e o socialismo torna-se hipócrita.

Na fábula de La Fontaine, a formiga que trabalhava no verão para abastecer-se no inverno, enquanto a cigarra cantava por diversão, tem a consciência do seu trabalho. Com os seres humanos acontece o mesmo: o trabalho tem a função de dignificá-los. Mas o capitalismo e a falta de boa gestão dificultam a inserção do homem no mundo globalizado. O paternalismo que o presidente Hugo Chávez pretende implantar na Venezuela tenta facilitar, mas não é o melhor caminho.

Medidas autoritárias, mas com apoio democrático, como as que podem tomar o país andino, a história já mostrou o quanto não terminaram bem. Hitler e Mussolini, ditadores nazifascistas, se ergueram com o apoio popular, embora se questione a consciência da população em suas decisões. Alemães e italianos encontravam-se em crise e queria se reestruturar apoiando movimentos de extremo nacionalismo. No caso da Venezuela, país que avança economicamente devido ao petróleo, observa-se que os próprios revolucionários são contrários às ações chavistas e, por isso, preferem se abster, a contrariar seu mandatário. Um erro que deve ser corrigido antes da aprovação da nova Constituição venezuelana em referendo.
O autoritarismo caudilhista de Chávez pode representar um retrocesso. O tolhimento da liberdade põe fim aos direitos individuais e faz com que o povo mantenha-se alienado, pensando conforme um único ideário. O cenário de dominação fica mais evidente. Stálin, com seu socialismo soviético matou milhões, mas quando a divisão bipolar de mundo acabou, a opção pelo mercado capitalista foi quase unânime. O teórico Marx ainda disse que o socialismo é algo inevitável, e que racionalmente o ser humano deverá acordar para que as ações contra o Planeta a favor do dinheiro não o destruam. Todavia, o homem ainda não despertou. O que ditaduras comunistas tentam fazer é antecipar isto, mas a história provou que não conseguem.

Graciliano Ramos, comunista, em sua obra “Vidas Secas” deixa claro que a única saída para a miséria é a cultura. Reformas são necessárias, não nas formas de governo e na expropriação de bens, mas nas bases. Uma melhor educação para se obter sucesso, saúde pública de excelência para garantir a vida, segurança e respeito. “Ser socialista” deveria ser definido como “ser respeitoso” com o semelhante. O que deve ser pregado, não forçado – porque não há desrespeito maior que a força.

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